Vereador Leonardo Alves cobra melhoria no atendimento nas UBSs
Parlamentar tem percorrido equipamentos de saúde e conversado com funcionários e a população sobre as demandas da cidade para a área
A saúde é uma área que sempre gera diversas preocupações na população de qualquer cidade. A qualidade no atendimento, a falta de estrutura, seja ela física ou de pessoal, e a desorganização são alguns dos problemas encontrados em diversas partes do Brasil neste setor, mas que acabaram ficando em segundo plano durante a pandemia de Covid-19. Entretanto, com o avanço da vacinação e a diminuição no número de casos da doença, é necessário voltar as atenções novamente para a solução destes problemas. Pelo menos é o que entende o vereador Leonardo Alves (PSDB), que tem cobrado da Prefeitura de Mauá a melhoria dos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município.
Em seu primeiro ano de mandato na Câmara Municipal, o parlamentar afirma que ele e sua equipe estão sempre fiscalizando os equipamentos públicos de saúde na cidade e conversando com a população para compreender quais são as demandas dos cidadãos e buscar soluções para o setor. Segundo Alves, que tem seu mandato apoiado em três pilares fundamentais (educação, saúde e na defesa das mulheres e das crianças e adolescentes), o atual momento requer uma atenção especial com a área e que tê-la funcionando bem seria é essencial.
“O momento pede que nossa atenção seja mais voltada à saúde. Temos a característica de andar bastante nas ruas, conversar com as pessoas, ir aos aparelhos públicos e ouvir tanto os funcionários quanto os pacientes que estão precisando de atendimento”, disse Alves, que desde o início de seu mandato tem trabalhado para a vinda de recursos para o Hospital de Clínicas Radamés Nardini, uma das referências municipais no setor.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Opinião Pública, o vereador explicou quais são as cobranças que ele tem feito junto ao Poder Executivo para levar as melhoras necessárias às unidades básicas de saúde de Mauá, quais são as principais demandas da população, como tem sido o diálogo com o Poder Executivo, entre outros assuntos.
Jornal Opinião Pública – De que forma estão sendo feitas as fiscalizações de seu mandato na saúde, já que você tem cobrado melhorias para a área de forma contundente junto ao governo municipal?
Leonardo Alves – Estamos indo às UBSs e conversado com as pessoas dentro dos aparelhos públicos de saúde. Começamos a concentrar energia naquilo que estava represado no período da pandemia. Como estavam as cirurgias eletivas? Como estavam os atendimentos de clínico geral nas UBSs, de ginecologistas? Começamos a intensificar nosso trabalho na rede primária de saúde, a entrar nas UBSs, ouvir como estavam os atendimentos e agora estamos cobrando de forma incisiva o retorno destes atendimentos.
JOP – E quais têm sido as principais demandas da população para a saúde?
LA – As demandas principais são dentro da rede primária. É uma simples consulta com um clínico, com um ginecologista, é sobre a demora para se ter um retorno do médico, temos ouvido muito as gestantes. Por exemplo, durante o período de pré-natal, o correto é que a gestante passe com o enfermeiro e com o médico, mas muitas vezes não há essa regularidade. Temos cobrado de forma incisiva (a melhora no atendimento) da Prefeitura. Estamos indo ao quinto andar do Hospital Nardini, que recebe as gestantes de alto risco, para cobrar (um melhor) atendimento e vimos que algumas coisas já foram reformuladas para que o atendimento seja mais humano. O próprio Hospital Nardini também precisa de mais um aparelho de cardiotocografia, que mede os batimentos do coração do bebê. Então, as principais demandas têm sido essas e de ofertas nas UBSs. Temos ouvido muito da população que não consegue ter acesso ao clínico, que muitas vezes não se enquadram dentro dos grupos e que muitos levam dois, três, quatro meses para marcar uma consulta e quando abre agenda, rapidamente ela é encerrada.
JOP – Dentro das visitas que você tem feito às UBSs, o que é possível perceber sobre a estrutura destes equipamentos? Acredita que sejam necessários investimentos para a ampliação delas?
LA – Algumas UBSs foram reformadas recentemente. Então, falta estrutura humana. O que nós vemos é que algumas precisam de reformas estruturais, como a UBS do São João, a UBS do Jardim Santista, a UBS da Vila Assis. Mas o que é necessário é a contratação de mais pessoas. Recentemente enviamos um requerimento para entender o quadro geral de cada UBS, quantos funcionários elas têm, quais são as equipes, quais estão desfalcadas... nas minhas andanças pelas unidades básicas, tenho notado que são quatro equipes de saúde. Só que, por exemplo, uma está descoberta, porque não tem médico ou equipe. Outra tem os auxiliares, mas não tem enfermeiros. Outra, só tem o enfermeiro, mas está faltando o auxiliar. Então, como que fechamos a conta? E com a vacinação, aumentou muito o fluxo dentro das unidades básicas de saúde. Vemos que a demanda aumentou, até com muitas pessoas deixando os convênios e indo para o atendimento público, mas continuam as mesmas equipes. O principal problema estrutural hoje é contratar mais pessoas para prestar esse atendimento.
JOP – E as UPAs também entram nesse pedido de melhoria de atendimento?
LA – Acredito que a rede primária precisa estar em dia, porque acontece o seguinte. Se não temos uma rede primária forte e bem organizada, (o problema) acaba respingando na rede secundária, que são as especialidades, e vai chegar à rede terciária, que são as unidades de pronto-atendimento. Se a rede primária estiver em ordem, com bom atendimento e as equipes organizadas, vamos conseguir desafogar as UPAs. Mas é óbvio que também pedimos para que tenha um atendimento adequado dentro das UPAs. Recentemente recebemos relatos de funcionários que estão ali se desdobrando, que trabalham em uma unidade e no outro dia vão revezar em outras. Então é preciso também contratar funcionários. (A melhoria) Passa por serviços de zeladoria em torno das UPAs, passa por contratação de funcionários, passa por organização interna e isso nós temos cobrado bastante.
JOP – Desde o início das suas cobranças pela melhoria na área da saúde, houve algum avanço nas conversas com a Secretaria?
LA – Houve sim. A Secretaria da Saúde tem conversado de forma constante conosco, quase que semanalmente. Uma das pautas era sobre os recursos do Hospital Nardini e a Secretaria tem se empenhado em entregar os documentos ao Governo do Estado para que o convênio seja retomado, colocaram a disposição toda a equipe técnica para fazer esse fortalecimento com o Estado. A gerência de atenção básica de saúde tem constantemente conversado com a gente e temos entregado as demandas que estão abertas. Os conselheiros gestores de saúde estão sendo parceiros do nosso mandato. Conseguimos ver que o diálogo é aberto e que isso tem se fortalecido para trabalharmos juntos. O Poder Legislativo tem que trabalhar com o Executivo, não desvirtuando suas funções, porque aqui fazemos o papel fiscalizador, mas trabalhar em parceria, o que significa abrir diálogos. Vamos sempre conversar e discutir pautas quando possível. E a Secretaria da Saúde tem aberto diálogo conosco.
Uma das conquistas foi a volta da ginecologista para a UBS do Jardim Guapituba. Outra foi um projeto de lei nosso para a criação de um programa com uma rede de psiquiatras para atender pacientes do pós-Covid, que já vimos a contratação destes profissionais e que foi algo em que trabalhamos em conjunto.
JOP – Existe algum projeto voltado para a área da saúde no qual vocês estejam trabalhando no momento?
LA – Estamos estudando meios de tornar a referência do município para pacientes oncológicos seja mais rápida. Sabemos que o atendimento oncológico não compete diretamente somente ao município, é uma questão que envolve o governo do Estado em conjunto com o município. Mas estamos organizando para referenciar o paciente, que é algo que compete ao município, de forma mais efetiva. Estamos discutindo com os conselheiros gestores e com a Secretaria da Saúde para enviar esse projeto nos próximos dias.
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